A convite do Sindirochas, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) participará pela primeira vez da Vitória Stone Fair. A feira acontece de 12 a 15 de fevereiro, no Espírito Santo. O Estado é o principal polo produtor de rochas ornamentais do País, e um grande desafio dessa indústria é o passivo gerado pelos resíduos da produção, que se acumulam e não são aproveitados. “A solução para os resíduos é uma demanda do setor”, afirma o pesquisador Eder Martins, da Embrapa Cerrados (Planaltina, DF).

A Embrapa e parceiros vêm trabalhando há duas décadas com pesquisas sobre a rochagem, prática constituída pelo uso de rochas moídas in natura (também chamadas de pó de rocha) na agricultura com o objetivo de recompor minerais no solo e aumentar a eficiência no uso de nutrientes pelas plantas, complementando o manejo da fertilidade do solo. Esse tipo de insumo se enquadra no conceito dos agrominerais regionais, ou seja, aqueles que têm potencial de uso na mesma região em que são produzidos.

Martins, que estará presente no stand da Embrapa durante a Vitória Stone Fair, explica que algumas rochas silicáticas podem ser utilizadas como fertilizantes potássicos, como corretivos de acidez do solo ou como remineralizadores de solos, sendo que esta última possibilidade foi regulamentada em março de 2016 pelas Instruções Normativas nº 5 e nº 6 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Em suma, as rochas precisam não apenas atender a uma série de especificações e garantias mínimas como também devem ter a eficiência agronômica testada e comprovada por instituições de pesquisa oficiais ou credenciadas para que possam ser registradas no MAPA como remineralizadores de solos – até o momento, nove produtos foram registrados. Da mesma forma, algumas rochas carbonáticas da indústria de rochas ornamentais também podem ser utilizadas como corretivos de acidez do solo.

Os remineralizadores de solos foram incluídos na categoria de insumos agrícolas pela Lei 12.890/2013, e são definidos como “material de origem mineral que tenha sofrido apenas redução e classificação de tamanho por processos mecânicos e que altere os índices de fertilidade do solo por meio da adição de macro e micronutrientes para as plantas, bem como promova a melhoria das propriedades físicas ou físico-químicas ou da atividade biológica do solo”, de acordo com o texto.

O pesquisador salienta que os remineralizadores de solos não são fertilizantes.

Eles estimulam as plantas a emitirem mais raízes, aumentando a eficiência da aquisição dos nutrientes e de água”. Outra característica é o fato de apresentarem solubilidade bem mais lenta que os fertilizantes químicos, garantindo o efeito prolongado das aplicações. Devido ao custo do frete, os agrominerais regionais constituem uma solução viável a distâncias de até 300 km e, em alguns casos, até 500 km do local de extração. Outro fator crítico à viabilidade é o custo operacional da produção (moagem), que precisa ser baixo e eficiente no consumo de energia.

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